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terça-feira, 7 de junho de 2011

A festa do pijama

Eis uma noite que estava prestes a ser uma grande noite! Minha mãe foi jantar com meu pai, eu e minhas amigas ficaríamos sozinhas em casa! A noite é uma criança e iríamos aproveitar ao máximo, amanhã não teríamos aula.
Já estava tudo preparado! Pijamas especiais, cupcakes, muito chocolate, e muitas histórias de terror!
As meninas chegaram, primeiro a Serena, com os olhos brilhando, estava provavelmente ansiosa para nos assustar, era uma de suas diversões preferidas; logo após chega Marisa, já morrendo de medo só de pensar que ficaríamos em uma casa à noite sozinhas! Morria de medo de tudo.
Fomos à sala, eu já havia preparado a pipoca, os cupcakes estavam no forno, só faltava o filme de terror!
Pomos o filme, o filme estava bem chatinho na verdade, acho que já estou saturada dessas histórias de terror! São sempre as mesmas, os mesmos sustinhos, enfim, acho que a única animada e morrendo de medo era a Marisa!
– Meninas, acho que ouvi alguma coisa!
– Para Marisa, deve ser no filme!
– Tá legal! Mas...Eu ouvi!
– Gente! Ouvi de novo! Vem da cozinha! Giane, você tem certeza que estamos sozinhas?
– Absoluta!
– Tá legal, mas vamos à cozinha ver que barulho é esse!
A cozinha estava intacta, ninguém, exceto que a porta estava aberta, e com o vento entrando, a cortina batia e fazia barulho!
– Viram só!? Limpo! Estamos sozinhas, Marisa!
– Tá ok! Vou pegar uma coberta para nós!
– Tá em cima da cama! Enquanto isso vou pegar mais refrigerante na geladeira! - Abri a porta da geladeira, peguei a Coca – Cola, fechei... - Aaaahhh!! Que susto! Sininho! ‘Que você tá fazendo em cima da pia’...? - O Sininho apenas emitiu um miadinho fino de quem queria comida! Fui à dispensa e peguei a ração dele - Acho que agora sossega!
– Giane, você tá bem? Nós ouvimos um grito seu!
– Calma, meninas, vocês estão assustadas demais! Era só o Sininho que me assustou, estava querendo comida!
– Hum! A porta esta trancada,... vamos terminar o filme que eu já estou ficando com sono!
O filme terminou decepcionante como geralmente são os filmes de terror! Desligamos a TV. Marisa estava com tanto sono que me deixou calma, essa noite ela dorme tranquila, e nós também, dia de sorte!
Subimos para o meu quarto, levemente bagunçado, colocamos uma música alegrinha para tirar o clima tenso do filme e começamos a falar sobre os garotos que havíamos conhecido hoje no parque! Mas como sempre, a Marisa muito cheia de medo...!
– Gente ouvi um barulho!
– Aaaah!!! Chega Marisa! Para com sua paranoia, você tem 17 anos, mas parece que tem 12! A casa está toda trancada, as janelas todas com persianas fechadas, chega! Não tem porque ter medo!...
– Ouviram?
– Sim... - Era barulho de passos em piso de madeira... - Quem vai ver??
– Imagina só! Vamos juntas,...
– Serena, pega meu taco de hochey,...
– Hihihi, isso está engraçado!
– Ah, mas que irônico, a mais medrosa rindo dessa situação...
Abri vagarosamente a porta do quarto, acendi a luz da cômoda, e lá estava o Dom, meu Bigle!
– Ah Dom, assustou a gente! - Desci, peguei as coisinhas dele, coloquei comida e... - Decidido, o Dom dorme com a gente no quarto! Qualquer coisa ele ladra e nós nos armamos ou saímos correndo! Ok?
– Ok!
– Ahan!
– Tá, agora vamos dormir! - Apaguei as luzes.
– Meninas, eu tô assustada! As coisas estão estranhas hoje!
– Ah meu Deus! Marisa, será que dá pra parar? Nós estamos juntas, na mesma cama... uma ajuda a outra! E, além disso, logo meus pais chegam! Sabe o que mais? Quando estou com medo, coloco as mãos embaixo da cama e o Dom lambe, me sinto segura!
– Que nojento!
– Ah que besteira Serena! Ele é limpinho!
Não havia passado 3 minutos para Marisa assustar todo mundo de novo.
– Estão ouvindo?
Olhei para o rosto da Serena, ela olhou para o meu, acho que pensávamos a mesma coisa! “Mais uma noite sem dormir!”
– Ah Marisa assi... - Parei assustada, o barulho vinha do banheiro! Pareciam gotas!
– Ouviram agora?
Serena levantou num pulão, e acendeu a luz! Logo também nos levantamos! Marisa parecia que ia ter um ataque cardíaco!
– Vamos juntas?
– Olha, meninas, são só pingos, alguma torneira meio aberta, sei lá, vocês se amedrontam com pouca coisa! Querem ver só?!
Saí da cama, fomos todas ao banheiro, acendemos a luz, a torneira da pia estava fechada, olhamos todas para o boxe, a Serena foi na frente, abrindo devagarzinho a cortina do banheiro, e quando abriu...! Aaaaaahhh!! Todas gritamos atônitas, o Dom estava morto e pendurado, e era o sangue dele que pingava, fechamos a porta do banheiro em choque, a Marisa só fazia chorar, e eu entrei em choque, arregalei os olhos, não conseguia pensar em nada! Eu amo muito o Dom! Isso não é justo! Comecei a chorar!
– O que vamos fazer? - Serena era a única que conseguia pensar em algo, deu uma opinião:
– Vamos pegar o celular e ligar pra polícia! Meninas! Isso é sério, e nós estamos sozinhas!
– Tá certo, mas então, quem está com o celular aí?
Todas investigamos nos bolsos, e nada...!
– Meninas! Nós deixamos o quarto! Gi, está em cima da sua cômoda,...
– O meu está dentro da minha bolsa!
– O meu está no criado mudo! Mas... quem vai pegar?
– Eu não saio daqui sozinha!!
– Nem eu!
– Já sei, a gente espera aqui ouvindo pela porta, depois, quando estiver silencioso, nós abrimos bem devagar a porta, trancamos a porta do seu quarto, fechamos a janela e a veneziana, pegamos o celular, ligamos e todas ficaremos bem!
– Falando assim parece tão fácil...! Vamos ouvir a porta!
Estava um silêncio mórbido no quarto, decidimos que não poderíamos esperar no banheiro para sempre! Viramos a tranca bem lentamente para que não fizesse barulho, apertamos a fechadura para baixo tão lentamente quanto viramos a tranca, e fomos abrindo a porta do banheiro aos poucos, até que pudemos notar tudo calmo, da forma como deixamos.
Saímos, Serena trancou a porta, Marisa fechou a veneziana,...
– Não estou achando meu celular Gi... tinha certeza que havia deixado ele na cômoda...
– Eu também não estou, estava do lado do abajur!
– É verdade! - Disse Serena impaciente, - ouvi você colocando lá!
Encaramos-nos, e olhamos para a bolsa da Marisa.
– Marisa, o seu tem que estar na sua bolsa! Não é possível que…
Marisa correu para perto da bolsa, abriu-a, revirou, tirou tudo de dentro, mas o celular não estava lá!
– Meninas o que fazemos? Meu celular não está aqui!
– Como assim Marisa? Você procurou direito?
– Claro! Joguei tudo fora da bolsa e nada!
– Ai, ai, ai! Pensa, pensa, pensa,... - olhei para o telefone fixo! - Meninas, o telefone! - Serena correu rapidamente até ele, colocou nos ouvidos, e...
– Está mundo! O telefone está mudo!
– Dá-me isso aqui! - O telefone estava realmente mudo! - Como é possível?… - Marisa pegou o fio, estava cortado!
– Não acredito! Ele está jogando ou zoando a nossa cara!
– Meninas, meu notebook apitou! - Corremos para ver, - recebi uma mensagem de e-mail anônima, que dizia: “Acho melhor começarem a vigiar melhor suas costas!”
– Abre o vídeo Giane! - Ficamos pasmas – Essas somos nós?
– Sim! E no seu quarto Gi! Logo que subimos para dormir!
– De onde foi filmado? Espere aí... foi filmado de dentro do meu armário!
– Como assim?
– Presta atenção!
– Ela tem razão Marisa!
Olhamos atônitas para o armário...
– Vamos juntas! - Abrimos bruscamente o armário e... Aaaahhh!! outro susto! No espelho estava escrito com sangue: “Humanos também lambem...”
– O que esse maluco quer dizer com isso? - Marisa nos encarou atônita...
– Não foi o Dom que lambeu sua mão essa noite!
Entramos em choque! Sentamos-nos no notebook, e mandamos uma mensagem de socorro. Mas todos estavam dormindo, ninguém on-line!
– Ouvem isso?
– Meu celular?! É o meu celular tocando?
– Vem de fora Serena! Deve ser uma armadilha!
– E agora? Essa situação é bem complicada! Se ficarmos ele entra e nos pega, se sairmos,... já sabem né?
– Ok, Giane, Marisa, tudo o que precisamos é tentar manter a calma e pensar!
Sentamos-nos no tapete, não sabíamos o que fazer! Opinei:
– O celular não para de tocar! Gente, o celular é a nossa última esperança, se ficarmos aqui nós corremos tanto perigo quanto se sairmos.
– Mas temos de ficar juntas!
– Com certeza!
– Vamos fazer assim: Saímos, acendemos a luz, fechamos todas as portas do corredor e esperamos o celular tocar novamente! Assim, localizamos onde ele está e o pegamos!
– Está certo Serena! Vamos lá!...
Acendemos a luz do corredor, eu fechava as portas do lado esquerdo, e a Marisa as do lado direito, até que...
– O celular está tocando de novo!
– Eu tô ouvindo! Vem do banheiro!
Pegamos uma a mão da outra e fomos juntas, ao chegarmos, lá estava o celular, em cima da privada, a Serena atendeu, era uma ligação anônima...
– Alô?... - Ninguém respondeu! - Alô??... Caiu na caixa postal! Fechem o banheiro! - É o seguinte, vou ligar para a polícia, a cidade é pequena, logo eles chegam! Nós vamos ficar aqui!
– Alô?
– Departamento de Po...
– Olha, nós, nós estamos presas no banheiro da da casa da Giane, o cachorro dela tá morto no banheiro, os pais dela estão em Campinas jantando, ainda não voltaram, por favor, venham nos ajudar! Por favor!
– Está certo, já vamos, qual o endereço?
– Rua Estéfano Rodrigues, bairro Jiporã n° 323! Venham Rápido!
– Faremos nosso melhor!
Serena começou a chorar! Todas estávamos aflitas! Começamos a ouvir passos subindo a escada, e agora no corredor, um miado...alguém tentou abrir a porta...
– Filha, deixa eu entrar, tô apertada e seu pai tá no outro banheiro tomando banho!
– Mãe? - Abri a porta, a casa estava toda iluminada, minha mãe parada na porta! Dei um grande abraço nela, nunca senti tanta necessidade disso!
– Mas que saudades são essas!? Ah! Esqueceu de dar comida ao Dom! Ele estava aflito já! E sabe, sua avó não sabe onde ficam as coisas dele!
– Como assim mãe? - Corri para o banheiro do meu quarto, estava limpo, o Dom veio correndo atrás de mim com seu latido estridente, corri atrás da minha mãe... - Mãe, o Dom estava morto no banheiro, a Serena e a Marisa estão de prova!
– Filha, já faz um ano que elas desapareceram! - Ela passou as mãos no rosto e com cara de desapontada, disse:
– Amanhã vamos ao psiquiatra, só os remédios não estão ajudando!
– Mas mãe!... A polícia vai chegar, a Serena ligou...
– Chega filha, vá dormir!
Meu quarto estava limpo! Nem sinal de que as meninas estiveram lá, o espelho também estava limpo!
Meu notebook apitou, uma nova mensagem: “Quando você vai estar sozinha de novo para brincarmos?” de S e M!

Camila M. Ferrari
Jéssica T. Sproviere
Letícia M.Coutinho
Fabiana Lopes

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