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sábado, 21 de maio de 2011

A testemunha


“Eu tava no meu quarto, aquele vão me mostrava tudo. Eu via tudo. Um reflexo me fazia ser testemunha de mortes onde só eu sabia quem matou.
Papai foi o primeiro a ir pro céu. O homem grande que levou meu papai, não parecia um homem, era mais como um bicho, que toda criança como eu, tem medo.
Titio foi o primeiro a chegar para ajudar mamãe. Ouvi uma conversa dela, que titio tinha chegado sem avisar. Sabe... Parecia que ele tinha adivinhado que papai foi pro céu!
Os homens grandes vieram fazer várias perguntas. Daquele vão eu via, mas não conseguia falar. Mamãe foi também falar com os homens grandes. Theo também. Eles disseram que não viram nada, e não viram. Só eu!
Quando os homens grandes foram embora, só ficou a mamãe, o Theo, eu e titio. E também ficou a Lili, a amiga da mamãe.
Lembro que papai morreu na segunda-feira, e na quinta-feira, titio levou o Theo pra jogar basquete e a Lili tinha saído. Só ficamos eu e mamãe.
A gente foi dormir, eu no meu quarto, que tinha uma cama, o guarda-roupa e o espelho. Mamãe foi pro quarto dela. Não demorou muito até começar o barulho, tinha vozes: a da mamãe e uma mais grossa.
Eu corri pro guarda-roupa e daquele vão, pelo espelho, eu via o reflexo.  Mesmo homem que matou papai, estava arrastando mamãe pelos seus cabelos.
Os homens grandes voltaram de novo e logo em seguida Theo e titio chegaram. A Lili só apareceu noutro dia.
Parecia tudo igual, só que agora quem foi pro céu foi mamãe.
O meu irmão, o Theo ficou desesperado e ele disse pra mim, que nada aconteceria comigo.
No enterro de mamãe, o Theo não apareceu. O Padrinho Dezordi, conduziu o enterro e depois ele ficou cuidando de mim. Titio e Lili foram atrás de Theo, mas não o encontraram.
Eu fiquei desesperada, ele tinha me prometido e agora eu estava só.
O padrinho Dezordi, me dava medo, ele parecia ser o reflexo que eu tinha visto, nas noites em que mamãe e papai morreram.
Theo já tinha sumido há muito tempo, nem me ligava. Todos já estavam preocupados. Eu nem saía mais do quarto, mas quando dormia tinha sonhos estranhos: Theo gritava pedindo socorro e eu não podia salvá-lo.
Lembro que no enterro de papai e mamãe eles estavam dormindo naquela cama com flor. No enterro do Theo, ele não tava lá, a cama nem sequer tinha flores, tava fechada
Depois que todos foram pro céu, as noites pareciam mais longas. Eu via vultos, que pareciam reais. Ele era alto como titio, com barba como padrinho Dezordi e tinha cabelos como Lili. Às vezes até passava noites sem dormir.
Um dia padrinho Dezordi, me chamou de louca. Não sei porque? Eu só tinha dito que eu falava e conversava com papai, mamãe e Theo. E que eles me diziam que eu estava correndo perigo, mas eu estava bem, padrinho Dezordi cuidava de mim, mesmo tendo medo dele.
Os homens grandes voltaram, padrinho Dezordi me disse que não eram homens grandes, se chamavam policiais e que iam achar quem matou meus pais e Theo.”

Mayara Elen 
Jessica Renata 
Mayara Michele 

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